sábado, 12 de julho de 2008

e prá você ?

Na volta prá casa, uma das pistas da Av. Maracanã interditada e sou obrigada a tomar a da direita. Sem querer dou uma fechada num táxi. Faço com a mão um gesto pedindo desculpas, já esperando a raivosa tempestade de impróperios que sem dúvida, e com razão, devia desabar em meus ouvidos. Logo o táxi emparelha ao meu lado, chego a me encolher no assento à espera da violenta onda. Continuamos lado a lado no trânsito lento, não ouço nada, mas sei que devo criar coragem e olhar para o lado. Afinal, é preciso ter “vergonha na cara” e pedir desculpas, é ou não é ? Então preparo minha melhor expressão de humildade e profundo arrependimento, algum esboço de sorriso tipo “foi mal, mas acontece com todo mundo...”
E qual não é a minha surpresa ?
Quando me viro, o script vai por água abaixo, perco completamente o rebolado, ao ver no volante do táxi um jovem bonitão que me olha “com olhos de comer fotografia” ! Tive que rir do inusitado: que maravilha, a capacidade de transformação da vida ! Ou a sabedoria dos taxistas cariocas! Agora sorrio agradecida, o que ele já entende como um consentimento para a paquera. Os carros avançam, desemparelhamos, eu nem acredito mas já começo a gostar daquilo... ele vem, de propósito segura a fila para me esperar, imagine, com um passageiro atrás, e entre encontros e desencontros vamos nos divertindo em pleno engarrafamento. Até que, emparelhados de novo, ele sinaliza com o celular. Enquanto a lua cheia fala de amores e encontros, resolvo pelo bom senso: “té loguinho” ! Acelero, deixando-o preso no sinal.
Mas olha, foi muito bom prá mim !
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