segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

quando fui vaca

Sempre que viajo, ou pro interior do estado ou pra Minas ou pra São Paulo, vejo as vacas pastando e sinto uma saudade! É, é que já fui uma delas. E é, que é de lá que me vem a raíz: é de fazenda, de mato, curral, cana de açúcar, cavalo, porco, galinha. E doce de goiaba e pamonha e curau, tudo feito em casa.
Naquele tempo gostava mais era de caminhar pela sombra. Se não tinha, o mais que fazia era mirar a primeira árvore maiorzinha, de copa generosa, e rumar direto pra ali. Que nunca fui de me esquentar. Que essa é que é a natureza do meu gado: pachorrenta. Briga, mesmo, só sendo por causa de cobra. E olhe lá, que não sendo cascavel ou do porte, e ainda se não tiver armada pro bote, a gente nem... Que passeie pelo mundo e passe, que só de pensar em discussão, o trabalho que dá, ihhh, já cansamos... e nem vale a pena. Não, por essas bandas ninguém se mexe pra isso.
Que a gente tá é na paz, de bem com a vida. E tá que come manga, e bebe água do ribeirão, e pasto à vontade. Quer mais o quê?
E aquela serenidade bovina que só a gente sabe ter, aquela calma de quem sabe que o tempo é infinito, indiferente a qualquer pressa.
Êta, vida boa demais. Sabedoria é isso, né não?
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