sexta-feira, 30 de outubro de 2009

aprisionada

Encontro no ônibus uma amiga que, muito constrangida, me pede um favor inusitado. Aconteceu que na noite anterior tinha saído com um rapaz.
-Sim, e aí ?
Aí simplesmente deu tudo errado. O programa foi chato, o cara estava deprimido, toda aquela expectativa romântica foi por água abaixo e agora ela estava presa no vestido.
- Presa no vestido ? Como assim ?
Bem, é que dormira na casa de uma amiga, tinha chegado de madrugada, provavelmente bêbada, de manhã cedo a amiga dormia, ela teve que continuar com a mesma roupa e... agora finalmente voltava pra casa. Só que morava sozinha.
- E você está presa no vestido ?
É que ele tem um monte de botõezinhos nas costas, até em cima. Ela se vira um pouco pra mostrar.
- É, ser humano sozinho não alcança, mesmo.
Entendi, claro. É quando a gente inventa uma ooooutra realidade. A ideia era uma cena muito sensual em que o cara vai despindo a mulher lentamente, desabotoando um por um, aumentando a tensão do desejo. Aquela ardente noite dos sonhos, inesquecível.
Na realidade nua, já liberta da sua prisão, minha amiga caminha cansada com o vestido semi-aberto.
Mas em seguida se vira, falando alto que é pra todo mundo ouvir:
- Próxima vez, vou sair beijando logo de cara que é pelo menos pra garantir algum e não sair no prejuízo !
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2 comentários:

ricardo bravo disse...

Pô Vêro, muito manero. Dá um curta! Vãom fazê? Vô lá hoje te vê!

Anônimo disse...

Bonitinho Vêro!! Como foi a leitura?