sábado, 15 de março de 2008

diet

No Mac’s peço licença a uma senhora para sentar na cadeira à sua frente. Mãe obesa sentada com dois filhos. O papel que forra a bandeja traz as calorias gastas em diferentes atividades. Um dos meninos lê alto:
- Correr, 180 calorias, andar devagar, 40 calorias.
E inventa:
- Peidar, 100 calorias.
Ri, antes de ser atingido pelo safanão daquele braço gordo, pesado:
- Cala a boca, nojento !
A mãe depois sorri sem graça prá mim. Pede a uma funcionária uma cópia limpa do papel. Quer guardar a lista, que é para começar dieta no dia seguinte, faz questão de me explicar. Diz então que eu não preciso, que sorte a minha, poder comer de tudo, elogia meu corpo “de sereia”. Digo que é melhor esquecer isso de dietas, que bobagem, e tentar ser feliz de outro jeito. Imagino: rindo com o filho, por exemplo. Invento: rir, 250 calorias.
Não, não falo nada. Eu não sou obesa. Também não tenho filhos.
Em eterna dificuldade financeira, o “corpinho de sereia” aprendeu a respeitar dietas alheias quando um amigo rico admirava a lua cheia:
- Quem é que precisa de dinheiro com uma lua dessas?
Só pensa assim quem não precisa de dinheiro algum.
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